segunda-feira, 19 de novembro de 2007

E O PALMEIRAS JÁ FOI BRASIL CONTRA O URUGUAI

Nesta quarta-feira (21), Brasil e Uruguai se enfrentam em São Paulo, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Diante disso, vale lembrar que, há 42 anos atrás, mais precisamente em 7 de setembro de 1965, o Palmeiras representou a Seleção Brasileira num amistoso contra a poderosa Celeste Olímpica do Uruguai, na inauguração do Estádio Magalhães Pinto, o Mineirão.

Pela primeira vez na história do futebol brasileiro, uma equipe de futebol foi convidada para compor toda a delegação do Brasil, do técnico ao massagista, do goleiro ao ponta-esquerda, incluindo os reservas, da então Academia do Palmeiras, treinada pelo saudoso Filpo Nuñes, único estrangeiro (era argentino de nascimento) a dirigir -mesmo que por uma única vez, o comando da seleção brasileira.

A partida foi organizada, na época, pela antiga CBD. E, numa época áurea em que existia o Santos de Pelé e o Botafogo de Garrincha, o Palmeiras foi escolhido por se tratar da melhor equipe do futebol brasileiro em atividade na ocasião.

Já o Uruguai acabava de obter a classificação para o Mundial de 66 de forma invicta e apresentava craques como Manicera (que depois desfilou sua técnica no Flamengo), Cincunegui (que faria história no Atlético-MG), além de Varela, Douksas, Esparrago...

Mas não teve jeito. Numa partida em que entrou para a história do futebol mundial, o Palmeiras goleou por 3 a 0, gols de Rinaldo, Tupãzinho e Germano, e cravava definitivamente uma das páginas mais gloriosas de sua vasta trajetória de títulos e conquistas.

O troféu, que estava em disputa na partida para o vencedor, ficou na sede da CBD (depois CBF) por exatos 23 anos. Em 1988, decidiu-se pelas partes que o Palmeiras deveria honrosamente ficar com a taça, hoje brilhantemente exposta na Sala de Troféus da Sociedade Esportiva Palmeiras.
Ficha Técnica BRASIL (PALMEIRAS) 3 x 0 URUGUAI

Brasil [Palmeiras]
Valdir de Moraes (Picasso); Djalma Santos, Djalma Dias e Ferrari; Dudu (Zequinha) e Valdemar (Procópio); Julinho (Germano), Servílio, Tupãzinho (Ademar Pantera), Ademir da Guia e Rinaldo (Dario).

Uruguai
Taibo (Fogni); Cincunegui (Brito), Manciera e Caetano; Nuñes (Lorda) e Varela; Franco, Silva (Vingile), Salva, Dorksas e Espárrago (Morales). Árbitro: Eunápio de Queiroz

Data: 07/09/65
Local: Estádio Magalhães Pinto, em Belo Horizonte (MG)
Público: aproximadamente 80.000 pagantes
Renda: Cr$ 49.163.125,00
Gols: Rinaldo, aos 27, e Tupãzinho, aos 35 minutos do primeiro tempo. Germano, aos 29 da etapa final.

A Academia de Futebol

A Academia começou a ser montada em 64 com a chegada do técnico argentino Filpo Nunes. O elenco já era bom, liderado pelo craque Ademir da Guia, mas junto com Filpo chegaram ainda Dudu (vindo da Ferroviária), Ademar Pantera (da Seleção Juvenil, revelado pela
Prudentina) e Rinaldo (ponta esquerda do Náutico, craque que de cara virou titular do time e da Seleção Brasileira). Os resultados começaram a aparecer no final de 64, mas as conquistas viriam mesmo em 1965. O elenco básico era:

Valdir [Picasso]
Djalma Santos, Djalma Dias [Minuca], Waldemar Carabina [Procópio] e Geraldo Scotto [Ferrari] Dudu e Ademir da Guia [Zequinha] Julinho [Gildo], Servilio [Ademar Pantera], Tupãzinho [Dario] e Rinaldo [Germano]

Já em janeiro, nos primeiros amistosos a equipe fez uma excursão pelo sul do País e encantou os gaúchos, goleando o Internacional em Porto Alegre por 5 a 0 com uma belíssima exibição do Ademir da Guia.
A equipe acabou sendo convidada ao Palácio do Governo, recebida pelo Governador do Estado, um colorado fanático, que ficou fascinado pelo futebol da equipe, em especial por Ademir da Guia.


Fábio Finelli - Assessoria de Imprensa S.E.PALMEIRAS
Colaboração: Academia de História do Palestra-Palmeiras